Jim Carrey na Lua de Kaufman

Há uns dois anos, ainda antes de estar a trabalhar apenas como comediante, o Jorge Crespo, amigo por quem tenho uma grande estima, tendo-o como sendo das pessoas mais genuínas que conheci num meio que tende a oprimir esses bons traços, disse-me para ver este filme porque juntava dois universos que me são muito queridos, a comédia e o wrestling.

Na altura pareceu-me interessante, mas não dei a merecida atenção. Errei.

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‘Andy Kaufman foi um dos mais famosos “entertainers” dos Estados Unidos, apesar de ter morrido com apenas 35 anos. “Homem na Lua”, de Milos Forman, protagonizado por Jim Carrey, traça um retrato apaixonado deste homem genial e excêntrico que manipulava o público a seu bel-prazer. Em palco, Kaufman era provocador até ao limite do tolerável (às vezes para além dele), cómico, angustiante ou constrangedor, conseguindo despertar sentimentos contraditórios nos espectadores das suas “performances”. O filme respeita a dualidade em que Kaufman viveu, não pretendendo desvendar onde acabava o personagem e começava o homem, desenrolando-se na fronteira entre ficção e realidade. Talvez por ser uma tarefa impossível, já que nem os seus pais conseguiram alguma vez entender essa distinção. Jim Carrey ganhou, em 2000, um Globo de Ouro na categoria de melhor actor e o filme obteve diversos prémios, entre os quais o Urso de Prata do Festival de Cinema de Berlim, recebido por Milos Forman.’
in, PÚBLICO.
Hoje vi o Man on the Moon, com o Jim Carrey a fazer de Kaufman, e de seguida vi o Jim & Andy: The Great Beyond, este disponível na Netflix, onde o Carrey fala de como foi fazer o filme, apoiando-se em imagens do set de gravações.
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Para além de um filme brilhante, a história de Andy é inspiradora em todos os sentidos, dentro e fora do meio da comédia. Vai além de merdas de trabalhos e de como é tão importante que ‘isto bata’ e que toda a gente goste. Vai ao mais puro e profundo do trabalho de qualquer artista: ser sincero consigo e com o mundo.

Desculpa Quentin Tarantino, o Pulp Fiction vai ter sempre um lugar especial no meu coração, mas o Miloš Forman e o Carey vieram para ficar.

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